Um ano difícil e mesmo assim Carrancas fecha 2015 com equilíbrio das contas

O município de Carrancas está entre poucas cidades brasileiras (5.570) que pode se orgulhar de uma administração coerente e responsável

Prefeito José Raimundo dos Santos
Com um modesto orçamento de R$ 15 milhões para 2015, se comparado aos demais municípios brasileiros, porém trata-se de uma realidade orçamentária para uma Carrancas com pouco mais de quatro mil habitantes, a administração do Prefeito José Raimundo dos Santos tem muito o que comemorar.
A fórmula desta exemplar gestão é muito simples: “arrecadamento (receitas), gastos planejados (despesas), e quando gerado excedente é possível aplicar em projetos essenciais”, explica o prefeito José Raimundo.
Com o declínio dos repasses dos governos federal (FPM) e estadual (VAF) registrado neste ano, as contas não deverão bater a meta orçamentária, chegando próximo
ou igual a R$ 12 milhões. Mesmo com esse panorama real, as contas da prefeitura não apresentam déficit orçamentário, ou seja, em total equilíbrio entre receitas e despesas.

Pouca independência
As receitas diretas, ou seja, que são recolhidas e ficam no município como IPTU, Tickets de Balsa, ITBI e IPVA, por exemplo, ainda assim somam-se ao bolo principal, porém, longe de serem arrecadações que permitam uma administração autônoma para ações e projetos complementares como por exemplo a obra do CAT - Centro de Atendimento ao Turista que deverá ser inaugurado no dia 22/12/2105.
Ainda é preciso ser realizado um trabalho mais concentrado para a conscientização dos munícipes, quer sejam da área urbana como da zona rural. A contribuição com o IPTU, por exemplo, fica a cada ano distante dos valores venais reais e isso contribui para uma arrecadação mensal ou anual mínima e fora de qualquer planejamento orçamentário. Basta conferir no site da transparência fiscal da prefeitura e observar as arrecadações mensais.

De volta ao passado
Para manter todo esse equilíbrio econômico e financeiro, o prefeito José Raimundo relembra de quando assumiu a prefeitura precisou tomar decisões imediatistas realizando ajustes no orçamento ao longo daquele ano. Ação esta que o Prefeito enfatiza foi a respeito das indenizações para quase 100(cem) ex-contratados da gestão anterior que foram demitidos sem o cumprimento por parte da prefeitura dos direitos trabalhistas. Por outro lado, os leilões de veículos e máquinas realizados no primeiro ano da gestão, colaborou com o caixa da prefeitura, promovendo equilíbrio de contas.

De volta ao presente
Existe inegavelmente, e é a voz do povo que clama, uma marca registrada nesta gestão: Educação e Saúde.
Em um ano atípico como este 2015, podemos citar e relacionar obras e ações que foram possíveis de serem realizadas apesar dos pesares.
Vamos aos números:
- viabilização de 8(oito) especialidades médicas: Clinica Geral (3 médicos); Cardiologia (1 médico); Pediatria (1 médico); Ginecologia (1 médico); Ortopedia (1 médico) em convênio particular, ou seja, pago pela prefeitura.
- Repasse Direto de 2015 para o Hospital São Vicente de Paula: R$ 560 mil;
- Repasse 2015 SAMU: R$ 480 mil;
- Reforma e construção da quadra da Escola Municipal Maria da Graça: R$ 500 mil;
- Ampliação da UBS: R$ 125 mil;
- Pavimentação e manutenção de ruas da Estação, ruas do bairro Além das Formas e do Centro: R$ 500 mil;
- Plano Diretor: Fundação João Pinheiro R$ 300 mil;
- Aquisição de um lote com 150 m² no centro para a construção da Biblioteca Municipal em dois pavimentos: R$ 75 mil;
- Acerto financeiro com a Polenghi para a posse definitiva da área da antiga fábrica: R$ 355.000,00;

Para entendermos melhor a questão receita x despesa e como a administração tem “se virado nos trinta”, a arrecadação com repasses governamentais vem registrando menor volume por volta de 30% inferior a cada mês. Para novembro, por exemplo, a soma de receitas e contribuições não passam de R$ 870 mil, um tanto distante da meta de R$ 1.250 milhão. “Hoje estamos com todas as contas pagas e em dia com funcionários e fornecedores”, conta com muito orgulho o prefeito José Raimundo. Os valores diminuídos dos repasses são reflexos da queda na arrecadação a nível federal e estadual. País quase parado, menos recolhimento de impostos.

A nossa reportagem questionou  em entrevista ao prefeito José Raimundo sobre o orçamento 2016 e como a administração driblará a crise instalada no país que pelos indicadores apresentará recuperação em meados de 2017.
“Em 30 de setembro (2015) encaminhei para a Câmara Municipal o nosso orçamento para 2016 de R$ 17 milhões, e deverá ser apreciada e devolvida ao executivo até 30 de dezembro (2015)”, explica o prefeito acrescentando que “os projetos que tivemos que adiar e constam do próximo orçamento deverão acontecer ainda no primeiro semestre, tais como: restauração da praça, aumento do prédio da prefeitura, calçamento, asfaltamento de ruas e o projeto de importância vital à nossa população que é da construção de um reservatório para decantação e filtragem da Água. Este projeto foi retirado da pauta da Câmara em agosto(2015) pela demora na apreciação e neste dado momento os recursos para tal obra já estavam comprometidos com outro projeto com prioridade para nós”, conclui José Raimundo.

Há também uma proposta para a venda de 11(onze) unidades do total de 12 Escolas Rurais, um patrimônio do município, construídas nos aos setenta (no século passado), quando 85% da população carranquense encontrava-se na zona rural. Apenas uma unidade está em funcionamento e que será preservada. Todos os imóveis foram construídos em áreas particulares (sítios, fazendas) e a venda será efetuada por um valor simbólico, na verdade. Mesmo assim, podemos considerar um pequeno incremento na receita do município para 2016.

Finalizando esta matéria que não deixa de ser uma “prestação de contas” aos contribuintes carranquenses, gentilmente cedida pelo prefeito, a nossa reportagem pediu para que o prefeito falasse sobre o cenário político e econômico para 2016.
“Nós da administração no preparamos ao longo deste ano para uma temporada nada positiva na economia do Brasil. Vejo que ainda nós, o país, estamos distantes de soluções que traga equilíbrio tanto para a inflação que deverá passar dos dois dígitos, assim como a retomada da economia de forma sustentável e não tão mais vulnerável como hoje. Para Carrancas, e em 2016 teremos eleições municipais, é muito importante que o próximo prefeito atente com muito cuidado a tudo o que realizamos e organizamos nestes quatro anos de administração. Essa observação que faço com veemencia diz respeito a quem quer que seja que venha sentar nesta cadeira (apontando para a cadeira em seu gabinete) - eleito ou reeleito, pois o quadro economico-financeiro-social para 2016 não é dos melhores. Aproveito para desejar Boas Festas à todas as famílias carranquenses”, finalizou o prefeito.

foto: Fernando Luigi


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